Descrição
Este artigo tem como objetivo promover uma reflexão acerca das posições-sujeito e da produção de sentidos materializadas no Manifesto à Nação, de 1961, redigido por Mauro Borges, então governador de Goiás, no qual expõe seu posicionamento em defesa de seus ideais democráticos, constitucionais e contrários à tentativa de instauração do regime militar, após a renúncia do presidente Jânio Quadros. Para tanto, elegemos como referencial teórico os estudos de Michel Pêcheux, que defende a materialidade textual e o contexto discursivo como unidades de análise para a verificação das complexidades enunciativas, lançando mão da metodologia de análise sócio-histórica na interpretação das sequências discursivas recortadas do corpus. A partir das reflexões propostas, foi possível demonstrar de que maneira as diferentes posições-sujeito materializam-se discursivamente e como as sobreposições são processadas na relação entre o sujeito da enunciação e o sujeito universal, aos quais se afilia, como “bom sujeito”, o governador Mauro Borges.