Descrição
A proposta deste artigo é analisar a forma como a política aparece na cobertura do
Plano Cruzado realizada por Istoé e Veia, especialmente discutindo o papel legado pelas revistas
ao Executivo. Embora se tratasse de um plano cuja meta principal era combatera inflação,
ao cobri-lo, os meios de comunicação não trataram somente de economia. A análise lança
mão do modelo de esferas de legitimidade (1-lailin, 1994) e do conceito de enquadramento. A
hipótese desenvolvida afirma que as revistas semanais construíram o Plano Cruzado como
um tema que deveria ser considerado no campo do consenso, e não ria controvérsia legítima.
Conseqüentemente, as revistas cleslegitimaram todas as perspectivas que contestavam
o Plano, enquadrando-as como impatrióticas ou mal-intencionadas. Ao atuar de tal forma,
o jornalismo não está apenas cobrindo um plano econômico, mas reivindicando para si, de
forma bastante ativa, um papel na ordem democrática que então se configurava.