Descrição
Apresentaremos as relações entre sujeito e poder na transmissão da psicanálise. Partiremos da dicotomia das ciências humanas entre técnica e teoria que produz enunciados que restringem a circulação de poder. Essa divisão produzirá efeitos discursivos autoritários que iremos nomear de autoritarismo do clínico. Proporemos uma forma de suturar essa dicotomia com a narrativa enquanto método para a construção das ciências humanas, tomando como exemplo a escrita de casos. Nomearemos essa prática de autoridade da clínica. Essa proposta vai ao encontro do que Lacan (1958/1998) enunciou em A direção do tratamento e os princípios do seu poder, quando mostrou as relações de poder na clínica e seu possível manejo: a crítica não aponta à exclusão do poder, mas sua transferência à palavra. Discutiremos as diferenças entre autoridade e autoritarismo dos casos entendidas como material para transformação ou estabelecimento das relações de poder na clínica e das relações de poder na transmissão da psicanálise.