Descrição
Como o corpo humano influencia o pensamento no campo da prática urbanística? Trata-se de um conceito operativo ou noção acessória? Este artigo parte da hipótese de que historicamente o corpo tem servido como matéria prima ao domínio de um urbanismo protético, simultaneamente antropomórfico, asséptico e estandardizado. Entretanto, em algum momento do século passado, teve início um movimento que busca subverter esse status, despertando sua força transgressora, de modo a empregá-la na reorientação dos destinos da cidade e, sobretudo, em um sentido que escape ao fatalismo das determinações técnicas e econômicas. Nesta ação, um desafio de peso se revela: romper com o culto do progresso técnico característico das doutrinas urbanísticas da era industrial, através da desconstrução das expectativas sobre as quais elas repousam.