Descrição
Nesse artigo, nos interessa entender o que está em jogo quando no cinema a dimensão autobiográfica se modula em um filme-diário. É possível pensar a forma “diário” como um dispositivo que garante certas especificidades para a escrita de si no cinema? O que caracteriza esse dispositivo de forma a circunscrever um método de filmagem e de instituição do eu? Pensar o diário como dispositivo nos permite delimitar certas estratégias de filmagem, através da qual a subjetividade é construída em sua forma de aproximação e relação com o mundo e a alteridade. Para testar essa hipótese, e inferir a potência política e histórica que essa prática pode alcançar, trabalhamos com os cineastas David Perlov (Diário 1973-1983) e Chantal Akerman (Là-Bas).