Descrição
Este artigo apresenta o resultado de uma pesquisa que pretendeu evidenciar a
comunicação jornalística como um processo dinàmico que solicita e reconfigura uma memória
das sensações, tendo como elemento principal o medo. Destacou-se o medo como
mediador da experiência cotidiana na cidade do Rio, a partir de narrativas apresentadas
pelo jornal O Globo, na sua cobertura policial. Estudaram-se dois episódios: um assalto a
uma estação do metrô, no qual morreu uma adolescente, e um ataque a uma universidade,
do qual saiu ferida uma aluna, ambos em 2003. As coberturas desses dois casos se deram a
partir de Uni conjunto de estratégias narrativas que forneceram um efeito de continuidade
temporal e espacial ao fenônemo da violência urbana. Deste modo, a leitura que se faz de
cada novo crime se encontra em diálogo com parâmetros interpretativos fornecidos anteriormente
pelo próprio jornal.