Descrição
O senso comum sempre considera o indivíduo com Paralisia Cerebral (PC) apresenta déficit cognitivo, o que é um mito, pois, em vários casos, a inteligência de quem tem PC é preservada. No SEF 1 do Instituto Nacional de Educação de Surdos temos alguns exemplos, entre eles, o do estudante A, que além de muito esperto, tem o bom costume de querer saber o porquê (motivo) e para quê de cada atividade proposta pelo professor e consegue expor sua opinião crítica sobre as aulas. Muitos professores não gostam desse comportamento, porém precisamos ser sensíveis e flexíveis para aprender com o jovem. Estudantes PCs podem precisar de apoio de professora mediadora por suas questões de locomoção, comprometimentos na coordenação motora que dificultam não apenas a escrita, mas também a realização de atividades da vida diária (alimentação, vestir/despir e uso do banheiro). O estudante A usa cadeira de rodas e é acompanhado por uma professora mediadora. Este artigo apresenta o processo de inclusão desse adolescente surdo e com PC numa turma de surdos no segundo ano do Ensino Fundamental sob a perspectiva de sua professora mediadora. Turma composta por outros estudantes oralizados, mas que são minoria no setor de crianças e jovens sinalizantes (Libras). Os objetivos do artigo são refletir que as aparências enganam, apresentar o que este indivíduo tem a ensinar aos professores e descrever os desafios encontrados no seu processo de inclusão nesse contexto. Conclui-se que os desafios iniciais são arquitetônicos, mas as barreiras atitudinais também precisam ser derrubadas. A principal meta é a transformação de dependente em independente, e para isso precisa-se verificar em parceria com a área médica o quanto esse organismo é capaz. Imprescindível é o acompanhamento do indivíduo por uma equipe multidisciplinar: professores, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, ortopedista, e outros profissionais.
