Descrição
Com base na observação do programa Fábricas de Cultura, o presente artigo analisa tensionamentos resultantes do que se apresenta como a extensão da forma-empresa a prática de governos, entidades gestoras, profissionais e população beneficiária desta política cultural do estado de São Paulo. Trata-se de compreender esse tipo de iniciativa como uma forma particular de pensar, gerir e produzir processos culturais intimamente ligados a estratégias de mitigação de quadros sociais de precariedade. Seu modus operandi parte tanto da configuração de uma nova racionalidade que tem como “característica principal a generalização da concorrência como norma de conduta e a empresa como modelo de subjetivação” (LAVAL; DARDOT, 2013, p. 15), como de práticas contemporâneas do trabalho cultural, mediação necessária para criar vínculos, identidades, coletividades, ou seja, formar e conquistar públicos.