Descrição
A comemoração dos 200 anos de imprensa no Brasil sugere uma reflexão sobre a liberdade como a marca que identifica o jornalismo como função pública e, também, como o primeiro dever a ser observado por todo profissional de imprensa. Essa marca, a propósito, pode ser exatamente o critério para apontar o nascimento do jornalismo brasileiro: ou ele carrega essa marca desde o seu início ou não será, propriamente, jornalismo. Em poucas palavras: ou a imprensa é livre, ou não é imprensa. Nesse sentido, o nascimento da atividade jornalística no Brasil só pode ser caracterizado como tal se estiverem atendidas as condições mínimas de independência frente ao poder. Penso que temos aí um debate ainda fecundo para o nosso tempo. Por outro lado, quando nos encontramos às voltas com o nascimento da televisão digital e com o aprofundamento e a massificação de novas tecnologias de processamento, difusão e compartilhamento da autoria dos conteúdos, é incrível como ainda não assimilamos o fato de que, para o jornalista, a liberdade de imprensa, muito mais do que um direito, é um dever, pois é ela, a liberdade, quem assegura o exercício da profissão. (Continua...)