Descrição
O artigo estuda, na longa duração, um fenómeno que teve designações e formas várias, ao longo dos seus c. 650 anos de existência, e que será designado um dos seus nomes mais comuns, pois não implica a priori uma especificação quanto à natureza – a « varredura de Guimarães ». Procura-se demonstrar que essa natureza foi sendo interpretada e recriada ao longo dos séculos, conforme os contextos e os agentes ; tenta-se discernir elementos constitutivos originais, por um exame cerrado das fontes e pela prática comparativa; valorizam-se também, no entanto, as diversas “invenções da tradição”. Para além da tentativa de interpretação em contexto dos significados da “varredura de Guimarães”, colocam-se questões relativas à postura do historiador face aos seu métodos e teorias, bem como quanto à relação com a sociedade actual e as suas práticas de interpretação/ recriação do Passado.