Descrição
O artigo procura refletir sobre a ideia de floresta na construção de uma possível identidade brasileira a partir dos trabalhos da autora produzidos para a exposição Selva, montada em Brasília e em Rio Branco em 2018. O pro-jeto foi contemplado com o Prêmio Funarte Conexão Circulação Artes Visuais – Atos Visuais Funarte Brasília/Acre. Em companhia dos trabalhos de Carla Gua-gliardi, João Modé e Rochelle Costi, Analu Cunha produziu duas videoinstala-ções em que aborda as relações semânticas e simbólicas entre os termos selva e silvo – em Silva, serpente, 2018 –, e entre a ideia de hospitalidade e o bu-gio, macaco da família de primatas mais presente em território nacional – em Guariba, guarida, 2018. Do latim silva, um dos sobrenomes mais comuns no país, a palavra selva flui subjacente em nossa “brasilidade”, pontuando o sel-vagem em brasa adormecido em berço esplêndido. Diante das perplexidades complexas que nos cercam, como pensar a emergência dessa selva (mal) re-calcada?