Descrição
O texto estuda as dimensões sociais direta e indiretamente relacionadas ao desenvolvimento de um habitus profissional vinculado à educação de adultos (formação universitária). A coleta de dados realizada nos últimos 30 anos reúne narrativas e escritas autobiográficas, entrevistas realizadas com ingressantes em cursos de formação profissional universitária. Objetiva verificar se padrões biográficos predestinam os envolvidos a suas escolhas de formação profissional, ou, se, ao contrário, a educação superior atrai grupos específicos. Esta pesquisa social vincula-se ao vasto campo da sociologia das ocupações, e foi desenvolvida em uma universidade do norte da República Federal da Alemanha. As conclusões deste trabalho indicam que os sujeitos envolvidos são vítimas prováveis de uma fraude estrutural causada pela modernização das sociedades. No processo de mobilidade sociocultural ascendente, o habitual mundo da vida perde sua significância ‘natural’, como horizonte de formação de conhecimento guiando interações do dia a dia. Prescrições profundamente enraizadas para lidar com a realidade – mentalidades tradicionais e formas de habitus – tornam-se instáveis e ameaçadas de dissolução. Regras convencionais do ambiente social original perdem sua importância e são substituídas por novos meios sociais. Modelos biográficos são desvalorizados e não têm sucessores funcionais. Através deste processo é desenvolvido pelos indivíduos um certo `desapego´ de ações contingenciais, em seus respectivos ambientes `naturais´, no limitado `setor aberto´ do espaço social modernizado.
