Descrição
O artigo analisa no campo de estudo do patrimônio a trajetória desse conceito enquanto categoria de pensamento dentro da perspectiva epistêmica ocidental em função de outros regimes de práticas patrimoniais dos saberes orais que se inscrevem na designação de patrimônios do fundo praticados por sociedades formadas em matrizes indígena e africana. Pretendemos discutir essa prática discursiva da concepção de patrimônios inscrita na narrativa O Mergulho (Monteiro 1997) que envolve cosmologias dos lugares de habitação dos encantados em razão do sistema crença e religiosidade da encantaria na Amazônia Marajoara.Dialogando teoricamente com a Antropologia, a Análise do Discurso e Pensamento Pós-Colonial, analisamos as condições de produção histórica dos lugares da encantaria debulhada em narrativas orais marajoaras. Nessas interações, descobrimos narrações de patrimônios do fundo com referências na construção de memórias e identidades em continuas reafirmações com patrimônios ocidentais na região.