Descrição
Este artigo objetiva analisar a necessidade de uso e aprendizagem da língua portuguesa por mulheres refugiadas venezuelanas indígenas da etnia Warao. Realizou-se uma pesquisa de campo com um grupo de vinte mulheres artesãs do abrigo indígena Janokoida, localizado em Pacaraima/RR, município de fronteira com a Venezuela. A problematização foi levantada no ambiente multilíngue de contexto migratório e fronteiriço a partir das percepções quanto à necessidade de aprendizagem e do uso da língua portuguesa. O estudo lançou mão da pesquisa-ação através de oficinas de ensino de português oferecidas às artesãs. A técnica de observação participativa foi importante para analisar o contexto das práticas linguísticas e o funcionamento do abrigo. Após uma análise qualitativa, os resultados indicaram diferentes percepções quanto ao interesse pela aprendizagem de português, como o uso da língua por necessidade comercial ou o não uso por resguardo de suas referências identitárias e pela intenção de curta permanência em território brasileiro.