Descrição
This article aims to reflect on the process of artistic creation as a way of elaborating dissident gender performativities. For this, a cartography of the production process of Talvez?, an authorial artistic series formed by works in different languages, is elaborated. Firstly, the destructive and creative power present in samba and its activation in social and cultural spheres are discussed. Then, the construction of the carnival plot Testemunho de um eterno amante, the first act of the series in question, is analyzed and what it reverberates as a creation of gender performativity. Through an approach to the language of cabaret arising from contact with the audiovisual album Orgia, by Johnny Hooker, the affinities between the ways of mocking the body present in samba schools and artistic cabarets, especially in Rio de Janeiro, are discussed. Finally, it points out the importance of keeping active the transgressive power engendered in these territories and of practicing it in the construction of plural ways of being in the world.||Este artigo tem como objetivo refletir sobre o processo de criação artística como um modo de elaboração de performatividades de gênero dissidentes. Para isso, é elaborada uma cartografia do processo de produção de Talvez?, uma série artística autoral formada por trabalhos em diferentes linguagens. Primeiramente, discute-se a potência destrutiva e criativa presente no samba e a sua ativação em âmbitos sociais e culturais. Em seguida, é analisada a construção do enredo Testemunho de um eterno amante, o primeiro ato da série em questão, e o que ele reverbera como criação de performatividade de gênero. Por meio de uma aproximação com a linguagem do cabaré advinda do contato com o álbum audiovisual Orgia, de Johnny Hooker, discute-se as afinidades entre os modos de burla do corpo presentes nas escolas de samba e nos cabarés artísticos, especialmente no Rio de Janeiro. Finalmente, aponta-se a importância de manter ativa a potência transgressora engendrada nesses territórios e de praticá-la na construção de modos plurais de ser e de estar no mundo.