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Political appropriation of memory in Melhor a menta que o cianeto, by Ana Margarida de Carvalho||Apropriação política da memória em “Melhor a ementa que o cianeto”, de Ana Margarida de Carvalho
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Metadados
Descrição
The maintenance of memory in the face of the policy of erasing collective trauma acts as resistance and prevention of the cyclical repetition of history. From another perspective, the alleged maintenance of memory can also be a way of legitimizing policies that deprive the status of subjects of memory to make them the object of a memory narrated by others. The character in the short story “Melhor a ementa que o cianeto” (in reference to the popular saying ‘The remedy is worse than the disease’) by Ana Margarida de Carvalho becomes the target of these policies. Published in “Uma terra prometida” (A promised land), 2016, the story has as its protagonist a resident of an institution for elderly refugees. At this institution, he is constantly questioned about his memories, to fill gaps in the narratives that European organizations have about their past. Narrated in third person, the story summarizes the institutional attempt to manage these memories as a reparative mechanism. Therefore, we seek to establish from the refugee character an understanding of the political use of memory that is not anchored in the stratagems of forgetting, but in remembering. To make these considerations viable, we will rely on the discussions by Jeanne Marie Gagnebin (2009) and Aleida Asmann (2011) about the indissociation between the movements of remembering and forgetting and by Judith Butler (2015) and Andreas Huyssen (2014) on the discourse of memory and the ethics of forgetting.||A manutenção da memória frente à política de apagamento de traumas coletivos atua como resistência e prevenção da repetição cíclica da história. Por outro prisma, a pretensa manutenção da memória também pode ser uma via de legitimação de políticas que destituem o estatuto de sujeitos da memória para torná-los objeto de uma memória narrada por outros. O personagem do conto “Melhor a ementa que o cianeto”, de Ana Margarida de Carvalho, torna-se alvo dessas políticas. Publicado em Uma terra prometida, 2016, o conto possui como protagonista um residente do centro para idosos refugiados. Neste centro, ele é constantemente interpelado sobre suas memórias, de forma a preencher lacunas nas narrativas que as organizações europeias detêm sobre seu passado. Narrado em terceira pessoa, o conto sintetiza a tentativa institucional de gerenciamento dessas memórias como mecanismo reparador. Sendo assim, buscamos estabelecer a partir do personagem-refugiado uma compreensão do uso político da memória que não está ancorado nos estratagemas do esquecer, mas nos do lembrar. Para viabilizar essas considerações, contaremos com as discussões de Jeanne Marie Gagnebin (2009) e Aleida Assmann (2011) acerca da indissociação entre os movimentos do lembrar e do esquecer e de Judith Butler (2015) e Andreas Huyssen (2014) sobre o discurso da memória e a ética do esquecimento.
Periódico
Colaboradores
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Abrangência
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Autor
Gonçalves, Adriana
Data
19 de março de 2024
Formato
Identificador
https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/18740 | 10.58943/irl.v1i58.18740
Idioma
Direitos autorais
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Fonte
ITINERÁRIOS – Revue de Littérature; No 58 (2024): AFETOS, DIÁLOGOS E RESILIÊNCIAS: A literatura portuguesa e as literaturas de língua portuguesa no mundo pós-pandemia | ITINERÁRIOS – Revista de Literatura; n. 58 (2024): AFETOS, DIÁLOGOS E RESILIÊNCIAS: A literatura portuguesa e as literaturas de língua portuguesa no mundo pós-pandemia | 0103-815X | 10.58943/irl.v1i58
Assuntos
Ana Margarida de Carvalho | Deslocamento | Memória | Identidade | Política | Ana Margarida de Carvalho | Displacement | Memory | Politics | Identity
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion