Descrição
O presente texto reflete sobre o que consideramos como sendo as principais características de um suposto "olhar contemporâneo". A arte contemporânea, além de ter dado vazão a uma vastidão de repertórios dos mais variados meios e feituras, foi capaz de consolidar um processo instaurado por uma prática que busca cada vez mais a ampliação de seu próprio território de ação, assegurando muito mais do que um procedimento, uma postura diferente diante do mundo. Dessa forma, relevando os trabalhos de importantes precursores desta tendência, busca-se uma reflexão que considere os aspectos essenciais dessa postura que caracteriza o "contemporâneo" na arte. Entendendo o termo menos sob o ponto de vista da categoria ou gênero artístico, e mais pela nova condição que ele inaugura, algo que transpassa os processos de criação e produção artísticos, adentrando a esfera da existência. Dessa maneira, o "contemporâneo" promove um outro "olhar", outras formas de perceber a realidade, como se o status quo do artista se liberasse do aprisionamento do "ato criador" e sugerisse a sua condição a qualquer um que queira experimentar o "lugar do artista", ampliando sua existência para a atuação de um verdadeiro "agenciador de sentidos".
