Descrição
O ensino de Ciências e Biologia para alunos com deficiência visual ainda enfrenta barreiras, como acesso à matrícula, profissionais especializados, materiais, métodos adaptados e tecnologias que auxiliem sua aprendizagem. Contudo, o olhar do professor com suas incertezas e dúvidas, sejam gerais ou específicas da disciplina, muitas vezes é negligenciado. Nesse contexto, a seguinte pesquisa objetivou analisar as práticas docentes de professores de Ciências e Biologia de uma escola de aplicação de uma universidade por meio da análise textual discursiva, considerando suas formações, dificuldades, concepções de inclusão e experiências. Observamos que a formação está intimamente ligada à prática docente, assim, o não estímulo à inclusão direciona como os docentes lidam com a diversidade em uma sala com alunos que possuam deficiência visual. Fatores da disciplina como a abstração/complexidade de seus conteúdos e a falta de formação adequada contribuem para a dificuldade em promover metodologias que alcancem os alunos. Para uma prática docente sensível às questões da diversidade, é fundamental uma formação inicial e continuada que considere a heterogeneidade e individualidade de cada aluno, materiais adaptados que estimulem outros sentidos além da visão, e o comprometimento dos docentes em buscar conhecimentos, saindo do modelo de educação estática ainda adotado por alguns profissionais.