Descrição
O objetivo deste texto é discutir a presença da Companhia de Jesus na capitania do Rio de Janeiro e em Córdoba, na atual Argentina, na segunda metade do século XVIII, demonstrando como seus religiosos, por meio da produção de suas fazendas, engenhos e haciendas, participaram não só das disputas locais pelo poder, mas também e, principalmente, atuaram como agentes comerciais e culturais nas diversas regiões que compunham os impérios coloniais ibéricos e como mediadores entre os interesses das duas coroas e os da ordem jesuítica. Para evidenciar o papel que os colégios, fazendas e haciendas desempenharam tanto na conformação do poder e dos privilégios desfrutados pelos inacianos, quanto das redes de circulação de mercadorias e saberes mantidas pela Ordem, recorremos aos inventários dos colégios do Rio de Janeiro e de Córdoba, demandados após os decretos de expulsão aplicados em 1759, no caso da América portuguesa, e, em 1767, para a América espanhola.