Descrição
As Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC) configuram uma das mais significativas causas de morbidade crônica e mortalidade no Brasil. Há um esforço das áreas biomédicas e das políticas públicas em abordar esse problema epidemiológico. Contudo, há pouco acúmulo no sentido de uma Antropologia das doenças pulmonares. Nossa equipe entrevistou 28 pessoas que tinham recebido o diagnóstico de DPOC, que já frequentavam habitualmente o Ambulatório da Pneumologia de um grande hospital universitário e recebiam o serviço de oxigenoterapia. Nesse artigo, a ideia é oferecer um aporte antropológico à discussão sobre a DPOC para conhecer como essas pessoas percebiam seus pulmões, entendiam a doença e vislumbravam o futuro com a mesma. Essas concepções sobre anatomia e adoecimento são fundamentais para entendermos a relação com os medicamentos, a adesão aos tratamentos, a relação com os profissionais de saúde e, assim, melhor modularmos o acolhimento e tratamento a esse público, em geral, idoso.