Descrição
O artigo analisa aspectos da luta pela terra na Fazenda Annoni, Norte do Rio Grande do Sul, entre os anos de 1985-1993; enfatiza que a referida fazenda foi palco de intensos conflitos sociais pela terra. O “Acampamento da Annoni”, como era conhecido, condensou um amplo processo social de participação da Igreja Católica, através da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na luta camponesa no Sul do Brasil. Porém, processos internos e externos tanto da referida instituição quanto do Movimento dos Agricultores Sem-Terras (MST) produziram, em grande parte, alteração nessa dimensão mediadora. A partir de documentos, cartilhas, atas, matérias de jornal e entrevistas diretas com lideranças do MST e da Igreja Católica, o texto conclui que houve, na fase final do acampamento, entre 1989-1993, uma intensa racionalização política em substituição à mística religiosa no interior do mesmo; outras mediações surgiram com outro dinamismo e intencionalidade.
