Descrição
O presente texto narra uma experiência de formação de alfabetizadores de jovens e adultos: uma alfabetização filosófica de 40 horas com 300 alfabetizadores em julho de 2022, como primeira etapa do Programa “Supera RN” em Pau dos Ferros, dentro da Política de Superação do Analfabetismo do Estado do Rio Grande do Norte (RN). O texto tematiza em que sentido a experiência de Alfabetização filosófica se inspira e ao mesmo tempo se diferencia do curso de Alfabetização oferecido por Paulo Freire em Angicos em 1963. Inspirado na curiosidade e no compromisso de Paulo Freire com os esfarrapados do mundo, o conceito “alfabetização filosófica” propõe uma formação experiencial sustentada nas seguintes disposições: escutar atentamente o mundo humano e não humano que nos rodeia; pensar juntos com cuidado e calma; relacionarmo-nos cooperativa e não competitivamente com as ideias das outras pessoas; perguntarmo-nos, colocando em questão, nossa vida e a maneira como nos relacionamos com ela, num tempo especial, singular, suspendido; conversar como iguais na busca de enfrentar as exigências de nossa comunidade; inventar novas formas de estar com outras e outros. O texto apresenta como essas disposições foram pensadas e praticadas durante a alfabetização filosófica em Pau dos Ferros, RN, através de cinco princípios (perguntar; escutar; tempo de infância; igualdade; pensar juntos) e lança algumas perguntas sobre possíveis desdobramentos da alfabetização filosófica no campo de formação de professores.||Este texto relata una experiencia de formación de alfabetizadores de jóvenes y adultos: un curso de alfabetización filosófica de 40 horas con 300 alfabetizadores en julio de 2022, como primera etapa del Programa "Supera RN" en Pau dos Ferros, en el marco de la Política de Superación del Analfabetismo en el Estado de Rio Grande do Norte (RN). El texto tematiza en qué sentido la experiencia de alfabetización filosófica se inspira y al mismo tiempo se diferencia del curso de alfabetización ofrecido por Paulo Freire en Angicos en 1963. Inspirado en la curiosidad y el compromiso de Paulo Freire con los excluidos del mundo, el concepto de "alfabetización filosófica" propone una educación vivencial basada en las siguientes disposiciones: escuchar atentamente el mundo humano y no humano que nos rodea; pensar juntos con cuidado y calma; relacionarnos de forma cooperativa y no competitiva con las ideas de los demás; hacernos preguntas sobre nuestra vida y la forma en que nos relacionamos con ella, en un tiempo especial, singular y suspendido; hablar de igual a igual en la búsqueda de hacer frente a las demandas de nuestra comunidad; inventar nuevas formas de estar con los demás. El texto presenta cómo esas disposiciones fueron pensadas y practicadas durante la alfabetización filosófica en Pau dos Ferros, RN, a través de cinco principios (preguntar; escuchar; tiempo de infancia; igualdad; pensar juntos) y plantea algunas cuestiones sobre posibles despliegues de la alfabetización filosófica en el ámbito de la formación docente.||This text chronicles a unique educational experience for youth and adult literacy teachers: a 40-hour philosophical literacy course with 300 literacy teachers in July 2022, as the first stage of the "Supera RN" Program in Pau dos Ferros, as part of the Policy to Overcome Illiteracy in the State of Rio Grande do Norte (RN). The text discusses how the experience of philosophical literacy is inspired by and at the same time differs from the literacy course offered by Paulo Freire in Angicos in 1963. Inspired by Freire's curiosity and commitment to the excluded, the concept of "philosophical literacy" refers to a form of experiential education based on the following dispositions: to listen attentively to the human and non-human world around us; to think carefully and calmly together ; to relate cooperatively and not competitively to other people's ideas; to ask ourselves questions about our life and the way we relate to it, in the special, singular, suspended time of inquiry; to dialogue as equals; to face the demands of our community; to invent new ways of being with others. The text describes how these dispositions were thought about and practiced during the philosophical literacy course in Pau dos Ferros, RN, in light of five principles–asking; listening; childhood temporality; equality; thinking together–and poses some further questions about possible ways of promoting philosophical literacy in the field of teacher education.
