Descrição
O presente estudo teórico busca contribuir com a discussão acerca das relações de poder que envolvem o conhecimento sobre da pandemia de COVID-19 e sua relação com estratégias de controle adotadas no âmbito do biopoder, com base no referencial de Michel Foucault. As relações de poder se desenvolveram no âmbito da anátomo-política, que abarca estratégias disciplinares sobre os corpos individuais, e no da biopolítica, das estratégias de controle da população. Sempre associado a alguma forma de saber, o exercício do poder se torna possível mediante conhecimentos que o justificam e estabelecem determinadas verdades. A pandemia de COVID-19 é um fenômeno singular de prática de produção de conhecimento, pois, pela primeira vez, esse processo foi mediado por um sistema de mídia que conecta todo o globo terrestre. No contexto das práticas de saúde, foram implantadas diferentes medidas de contenção da doença para a redução da velocidade de sua propagação, com base nos conhecimentos vigentes. Mesmo diante dos conhecimentos que se tem sobre a doença, novas realidades podem emergir quando novos saberes vierem à tona. Assim como a constituição dos saberes é dinâmica, são dinâmicas as relações de poder que se desenvolvem nas práticas de saúde para garantir a segurança da população.
