Descrição
Este ensaio lança algumas indagações a respeito das licenciaturas em Letras, considerando seu papel político-social no que tange ao ensino de língua portuguesa e de outras linguagens na contemporaneidade, bem como à formação de cidadãos. Ao colocar em relação ensino, linguagem e cidadania, sustenta que, para fazer dialogarem diversos saberes, a linguagem e seu ensino precisam ser alçados a uma posição significativa no cenário político-educacional, e isso significa, na prática, repensar os cursos de Letras. Esta reflexão, ancorada de modo especial nos trabalhos do sociólogo Boaventura de Sousa Santos e do linguista Kanavillil Rajagopalan, nos estudos críticos sobre linguagens e discursos, contextualiza brevemente os cursos de Letras no Brasil, resgatando opiniões de profissionais e pesquisadores da área; em seguida, traz um panorama teórico sobre a crise educacional; apresenta, por fim, algumas ideias que, embora incipientes, pleiteiam uma Educação Linguística Crítica. A educação linguística precisa oportunizar um ensino que forme indivíduos mais conscientes e responsáveis pelo uso dos saberes, dos conceitos, das ideias, com finalidades emancipatórias.