Descrição
Este trabalho procura aproximar e entrelaçar alguns conceitos das áreas da psicanálise e da arte, buscando ressonâncias entre os mesmos, com especial atenção aos conceitos de “intervalo” ou “espaço intervalar” utilizados por teóricos como Dorfles, Pareyson, Blanchot, Bhabha, Lacan e Harari. Uma variedade de vozes de diversas áreas do conhecimento, utilizando diferentes conceitos de “intervalo”, parece ressoar e apontar para o espaço da “falta”, lugar de emergência do sujeito do desejo. Podemos encontrar eco destas noções a respeito do “intervalo” em alguns textos de Clarice Lispector que evocam o lugar do vazio, o encontro do inominável que permite ao sujeito a invenção de si, assim como ocorre nas rearticulações de sentido propiciadas pela clínica psicanalítica e pelo fazer artístico.