Descrição
O trabalho estrutura-se na correlação cinema e processos migratórios, tendo como objeto de análise o filme O Céu de Suely (Karim Aïnouz; 2006). Quando Hermila permanece fixa na paisagem de Iguatu, sem constituí-la em espaço (Milton Santos; 1988), não cria vínculos, nem identificação e ressignifica sua identidade; não é Hermila e nem Suely; ocupa o deslugar (Sandra Fischer; 2012). Em busca de paisagens transculturais (Denilson Lopes; 2012), em que possa atravessar culturas e criar vínculos, precisa estar em trânsito. Busca-se interpretar como o retorno migratório de Hermila evidencia o despertencimento da personagem que não habita (Heidegger; 1979) de fato a cidade natal, explorando as tessituras fílmicas entre os deslocamentos humanos e as necessidades de partida em busca dos afetos.
