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The boy at the Candomblé ceremony and his headscarf: reflections on (un)desirable homosexualities||O rapaz na festa de candomblé e seu pano de cabeça: reflexões sobre homossexualidades (in)desejáveis
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Metadados
Descrição
At a Candomblé party in a so-called traditional terreiro — more than fifty years old —, a young male visitor wearing a blue headscarf, upon realizing that he was the only man wearing that type of clothing, removes it and spends the rest of the party without the scarf. From this episode, I propose a reflection on the semantic struggle in the discursive aspect of gender identities, in which more or less masculine/feminine ways of dressing are disputed. Although gender performances in Candomblé are not seen from an exclusive perspective of Christian morality, they are influenced by it, and in any case, the circulating ideas about gender exert their influence in candomblé temples, where they are hidden by tradition. Masculinity — structured by and structuring power relations — becomes invisible to those privileged by its constructs, who also acquire a certain status of unquestionability by subsuming themselves into tradition with regard to religious roles, operating a distinction between “traditional candomblés” and “fagot candomblés”. Even though male homosexuality is structural and structuring of the Afro-Brazilian religious field and the flexibility of this field in the face of homosexuality is recognized, not all temples are receptive to the different expressions of homosexuality and, under the aegis of tradition, exclusionary practices are not questioned.||Em uma festa de candomblé de um terreiro dito tradicional — com mais de cinquenta anos de fundação —, um jovem visitante com um pano de cabeça azul, ao perceber que era o único homem usando aquele tipo de indumentária, retira-o e passa o restante da festa sem a peça. A partir desse episódio, proponho uma análise sobre a luta semântica no aspecto discursivo das identidades de gênero, em que se disputam formas mais ou menos masculinas/femininas de se vestir. Embora as performances de gênero no candomblé não sejam vistas sob uma ótica exclusiva da moralidade cristã, estão influenciadas por esta, e de toda forma, as ideias circulantes sobre gênero operam sua influência nos terreiros, onde se encontram encobertas pela tradição. A masculinidade — estruturada por relações de poder e estruturante destas — se torna invisível aos privilegiados por seus constructos, que adquirem ainda certo status de inquestionabilidade ao se subsumirem à tradição no que diz respeito aos papéis religiosos, operando uma distinção entre “candomblés tradicionais” e “candomblés de veadeiro”. Ainda que a homossexualidade masculina seja estrutural e estruturante do campo religioso afro-brasileiro e que a flexibilidade desse campo frente à homossexualidade seja reconhecida, nem todos os terreiros se mostram receptivos às diversas expressões da homossexualidade e sob a égide da tradição não se questionam práticas excludentes.
Periódico
Colaboradores
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Abrangência
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Autor
Iendrick, Diogo Coutinho
Data
1 de agosto de 2024
Formato
Identificador
https://dobras.emnuvens.com.br/dobras/article/view/1714 | 10.26563/dobras.i41.1714
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2024 Diogo Coutinho Iendrick | https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
Fonte
dObra[s] – revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda; n. 41 (2024); 316-330 | 2358-0003 | 1982-0313
Assuntos
Candomblé | Gênero | Homossexualidade | Moda | Vestuário
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion