Descrição
The article analyzes the book Memórias do Distrito Diamantino (1868), by Joaquim Felício dos Santos (1822-1895), from the perspective of the localization and use of the historical documents by the author. The article investigates the possibilities of writing regional history in the Second Empire through a reflection on the potential limitations that the sending of documents from the provinces to Rio de Janeiro (or Lisbon, in the colonial period, or to regional administrative centers like Ouro Preto, as in the case of the Memórias) could bring to historians, and how they attempt to overcome these limitations. Such geographical delimitation, both concerning the subject of regional history and the local archives used to its writing, could lead to a greater appreciation, for instance, of the oral traditions as sources. On the other hand, the author’s insertion in the local society (such as Joaquim Felício’s insertion in the region studied in the Memórias) translates itself in a determined position from which the author could evaluate and hierarchize the historical evidences with which he works. The article proposes, in this line, a discussion about evidences from the reflections of François Hartog.||O presente artigo analisa a obra Memórias do Distrito Diamantino (1868), de Joaquim Felício dos Santos (1822-1895), sob o ponto de vista da localização das fontes e seu uso por parte do autor. O artigo investiga as possibilidades de escrita de histórias regionais no Segundo Império refletindo sobre as potenciais limitações que o envio de documentos das províncias para a Corte (bem como as remessas para Lisboa, no período colonial, e para outros centros regionais, como Ouro Preto, no caso das Memórias analisadas) poderia trazer para os historiadores, e suas formas de superá-las. Tal delimitação geográfica, tanto do objeto de estudo da obra, como dos arquivos à disposição do autor, poderia levar a uma consideração maior, por exemplo, das tradições orais locais como fontes. Por outro lado, a inserção do autor na sua região (como a de Joaquim Felício no Distrito Diamantino) se traduz em uma posição determinada a partir da qual o autor avalia e hierarquiza as evidências históricas com as quais trabalha. O artigo propõe, nessa linha, uma discussão sobre as evidências a partir das reflexões de François Hartog.