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The mask of crime: the representative of Brazilian’s intelligence and fatality in a Hotel’s rat memories||As máscaras do crime: o representativo da inteligência e da fatalidade brasileira nas Memórias de um rato de hotel
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Metadados
Descrição
Our research, developed with the post-graduation program in Social History from the State University of Londrina, has as focus the figure of the criminal character in the literature of the XIX and XX centuries, based on the observations of the carioca short story, chronicle and novel writer João do Rio (Paulo Barreto, 1882-1921) in the romance Memórias de um rato de hotel, a vida do Dr. Antônio contada por ele mesmo, published as a serial in the journal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro between December of 1911 and May of 1912. Published, by the time, as memories truly written by Dr. Antônio himself – real criminal who ends his life of crime arrested at the Detention House – the romance seems to have received notoriety by its carioca readers, gaining a book edition just three months after the conclusion of the periodic. In our study perspective, this novel-feuilleton has in itself rich possibilities of historical interpretations about the criminal figure, because in its text we can see components of a kind of literary tradition that had been molding since the XIX century – and admitted as “crime literature” by some researchers, with the field observations from the chronicler-journalist whose vanity, according to the writer, was to make a kind of analyses of the contemporary time – which would end up in some kind of literacy project based on what people understand by ethnographic temperament. The aim is to think over the conditioning of the criminal figure in Paulo Barreto’s literature, in our research we developed reflections about the literary scenery of Rio de Janeiro at that time, understanding how the emersion of the “masses’ likes” seams to affect the thematic and artistic prepositions of many writers. Equally, we also aim to think over the relationship between the literary speech of the chronicle writer and the social scientific and sanitary speeches, always intending to mark the dialogue between what we usually understand as “reality” and the fictional productions of literature – considering that both categories act constantly one over the other and shape themselves mutually according to the multiple determined contexts. Thus, we intend to investigate João do Rio’s considerations about the criminal Dr. Antônio – literary mask of the author used to make a chronicle about the capital’s underworld of crime and to make the society a carnival – due to the engagement of its literary project, searching the chronicles e tales that seemed interesting to understand the fictional world – which, many times, intended to be real – that were created by this own work. Therefore, our intention of analyses would be to think historically the figure of the criminal in the beginning of the XX century in view of possible latent elements of the imaginary about it, manifested through the literature and shared, in some level, by the readers of the period.||Nossa pesquisa em desenvolvimento junto ao programa de pós-graduação em História Social da Universidade Estadual de Londrina tem como foco a figura do personagem criminoso na literatura do século XIX e início do XX, partindo de observações sobre o olhar do contista, cronista e romancista carioca João do Rio (Paulo Barreto, 1882-1921) no romance Memórias de um rato de hotel, a vida do Dr. Antônio contada por ele mesmo, publicada como folhetim no jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro entre dezembro 1911 e maio de 1912. Publicado, na época, como se fossem memórias verdadeiramente escritas pelo próprio gatuno Dr. Antônio – criminoso real que no momento encerrava sua vida de crimes preso na Casa de Detenção –, o romance parece ter recebido considerável notoriedade por parte do público-leitor carioca, ganhando uma edição em livro apenas três meses depois de sua conclusão no rés-do-chão do periódico. Em nossa perspectiva de estudo, esse romance-folhetim traz em si ricas possibilidades de interpretação historiográfica a respeito da figura do criminoso, ao transitar em seu texto componentes de uma espécie de “tradição” literária que vinha se formando já no século XIX – e admitida pela denominação de literatura de crime por alguns pesquisadores com as observações de “campo” do cronista-jornalista cuja vaidade, segundo o escritor, era a de realizar um tipo de análise da época contemporânea – o que desembocaria numa espécie de projeto literário regado ao que se entende enquanto temperamento etnográfico. No intuito de pensar os condicionantes da figura do criminoso na literatura de Paulo Barreto, em nossa pesquisa desenvolvemos reflexões a respeito do cenário literário do Rio de Janeiro do momento, entendendo como a emersão de um “gosto do povo” parecia afetar as proposições temáticas e artísticas de vários literatos. No mesmo intuito, procuramos pensar igualmente a relação do discurso literário do cronista com discursos sociais cientificistas e sanitárias do momento, sempre prezando por demarcar o diálogo entre aquilo que comumente se entende por “realidade” e as produções ficcionais da literatura – considerando que ambas as categorias agem constantemente uma sobre a outra e moldam-se mutuamente de acordo com contextos múltiplos determinados. Dessa maneira, pretendemos investigar as considerações de João do Rio sobre o criminoso Dr. Antônio – máscara literária do autor, escolhida para “cronicizar” sobre o submundo do crime da capital e carnavalizar a sociedade – através do engajamento de um seu projeto literário, recorrendo a crônicas e contos que nos pareceram interessantes para compreender o universo ficcional – que muitas vezes, se pretendia “real” – que era criado por suas obras. Nesse sentido, nossa pretensão de análise seria a de pensar historicamente a figura do criminoso no início do século XX tendo em vista possíveis elementos latentes do imaginário a seu respeito, manifestados na literatura e compartilhados, em algum nível, pelos leitores do período.
Periódico
Colaboradores
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Abrangência
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Autor
Mendes, Lucas Trazzi de Arruda
Data
4 de dezembro de 2013
Formato
Identificador
https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/17185 | 10.5433/1984-3356.2013v6n12p579
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2013 Antíteses
Fonte
Antíteses; Vol. 6 No. 12 (2013): Jul./Dez. Dossiê História e Ensino; 579-580 | Antíteses; v. 6 n. 12 (2013): Jul./Dez. Dossiê História e Ensino; 579-580 | 1984-3356
Assuntos
João do Rio | History and literature. Criminal figure | João do Rio | História e literatura | Figura do criminoso
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion