Descrição
The current paper proposes to analyze the short story “Mulheres dos espelhos” (2003), by Esmeralda Ribeiro, writer from São Paulo, published in the collection Cadernos negros. This analysis aims to promote a critical reflection under the Afro-Brazilian perspective about the conflicts generated in the identity structures articulated by colonial interference. This phenomenon impacts on the strengthening of ancestral representations, initiating a symbolic shock between a colonized body and ancestry personified on the memory that resists colonization. Throughout this analysis, we dialogue with the studies of Fanon (2020) and Hall (2006), who have contributed to the understanding of questions regarding identity and African descent, as well as the studies from Halbwachs (2004) and Pollak (1989) for exploring questions concerning collective memory and belonging. Furthermore, Bento’s studies (2022) on whiteness are fundamental to the comprehension of the contexts of discriminations and inequalities in Brazil. As a result, it’s presented a reflection on the importance of ancestral roots on the process of identity construction. Thus, we intend to contribute to the studies and discussions about decoloniality and Afro-Brazilian literature, collaborating so that there is more diversity and plurality on Brazilian literature.||O presente artigo propõe analisar o conto “Mulheres dos espelhos” (2003), da escritora paulista Esmeralda Ribeiro, publicado na coletânea Cadernos Negros. O objetivo desta análise é promover uma reflexão crítica sob a perspectiva afro-brasileira acerca dos conflitos gerados nas estruturas identitárias articuladas pela interferência colonial. Esse fenômeno impacta no fortalecimento das representações ancestrais desencadeando um embate simbólico entre um corpo colonizado e uma ancestralidade personificada na memória que resiste à colonização. No percurso de análise, dialogamos com os estudos de Fanon (2020) e Hall (2006) que contribuíram para a compreensão das questões sobre identidade e afrodescendência, bem como os estudos de Halbwachs (2004) e Pollak (1989) para explorar as questões de memória coletiva e pertencimento. Além disso, os estudos de Bento (2022) acerca da branquitude são fundamentais para compreensão dos contextos de discriminações e desigualdades sociais no Brasil. Como resultado, apresenta-se uma reflexão sobre a importância das raízes ancestrais no processo de construção identitária. Assim, pretendemos contribuir com os estudos e discussões sobre decolonialidade e literatura afro-brasileira, colaborando para que haja mais diversidade e pluralidade na literatura brasileira.
