Descrição
Na sociedade contemporânea os recursos visuais têm sido potencializados pela sobrecarga de imagens que inundam as várias dimensões da vida humana influenciando comportamentos, induzindo preferências e simulando desejos e expectativas. Este trabalho trata de uma perspectiva educativa para a cultura visual que entende interpretação e compreensão de imagens como processos que refletem repertórios de vida e subjetividades. A educação para cultura visual deve privilegiar a busca pela desnaturalização de modelos hegemônicos, riscar espelhos tortos da “normalidade” e falar sem discriminação de diferenças, identidades e alteridades. Deve, ainda, falar de posições alternativas, empoderadas e des-hierarquizadas de sujeitos e suas representações polifônicas em máxima pluralidade. Este artigo (re) discute efeitos de poder, modos do ver e regimes de saber/ver como discursos que traspassam as imagens e apresentam temporalidades mais democráticas, legitimadas pelos que coabitam nas margens. Finalmente, dialoga com imagens da contemporaneidade tentando dissolver resistências que ainda afirmam a crença na existência de interpretações “corretas” formais e universais sem questionar “quem” estabelece o modo correto de interpretar. Propomos uma educação para a cultura visual que, sobretudo, opere desconstruções e reconstruções nos nossos modos de ver e lidar com imagens na contemporaneidade das salas de aula. Palavras-chave: Cultura visual, educação, imagem