Descrição
A partir de uma problemática histórica que remonta, na arte brasileira, ao Concretismo e ao Neoconcretismo, desenvolvo, desde 1998, uma trajetória artística que utiliza a rua como laboratório de ações, de manifestações e de intervenções artísticas. Meu trabalho materializa-se na relação entre o “campo ampliado da arte” com o corpo do artista e do espectador, o objeto e o espaço. Acontece que, no desenvolvimento da tese, percebo um limite evidente desse tipo de produção à medida em que se dá a dissolução do campo artístico, cada vez mais subsumido pelo discurso sociológico, tornando-o uma espécie de commodity a ser negociada como arte de resistência. O problema desloca-se, então, para uma investigação das apropriações que podem ser feitas desse campo – lugar sem lugar – no sentido de incorporá-las e transformá-las, em sua base, para que a arte possa ser produzida ainda uma vez. E se, em um primeiro momento, a afirmação de uma relação entre arte e vida se faz de modo militante, programático e pragmático, em um momento seguinte exige-se um aprofundamento reflexivo de método e de linguagem. A solução por mim encontrada, motivada pela tensão do atual momento político, foi a de voltar a atenção para trabalhos que apostam na negatividade, na exploração da dimensão do vazio e do silêncio, pensando a falta como possibilidade de complemento de uma ideia, na imaginação do espectador. O resultado prático foi a criação de uma caixa de vidro, projetada para preencher o espaço de uma porta que, por meio do efeito de ressonância sonora e vibração de alto falantes, deixando transparecer um pequeno e continuado movimento. Minha intenção, com isto, é a de sugerir uma situação de instabilidade e iminência de uma possível tragédia, condensando as premissas do campo ampliado ao debate da crítica institucional.||From a historical problem that dates back, in Brazilian art, the Concretism and the Neoconcretismo, I develop, since 1998, an artistic trajectory that uses the street like one laboratory of actions, manifestations and artistic interventions. My work is embodied in the relationship between the "expanded field of art" with the body, object and space. It turns out that during of the development of the thesis, I notice an obvious limits of this type of production to of the dissolution of the artistic field, increasingly subsumed by the sociological discourse, making it a sort of commodity to be traded as resistance art. The problem moves then to an investigation of appropriations that can be made that field - place without place - to incorporate them and transform them, at its base, so that art can still be produced once. And if, at first, the statement of a relationship between art and life becomes a militant way, programmatic and pragmatic, in a next moment requires a reflexive deepening method and language. The solution I found, caused by the tension of the current political moment, was to turn my attention to work betting on negativity, in exploring the dimension of emptiness and silence, thinking the lack as a possibility to add an idea, through the viewer's imagination. The practical result is the creation of a glass box, designed to fill the space of a door by means of resonance sound effect and vibration speakers, revealing a small continuous motion. My intention with this is to suggest a situation of instability and the imminence of a possible tragedy, condensing the premises of the field expanded into the critique of institutional debate.||Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG
