Descrição
Having as formal object the poetry of Patativa do Assaré, this article considers the famous premise of Harry Pross (1971): “All communication begins in the body and ends there”. The phrase as a starting and finishing point of the approach. The body as source and origin of communication. The body as a medium or tentacle, capable of creating bonds. The body still acts as a catalyst for communication environments, simply because it is present. The main objective of the article is to compose the poet's profile, highlighting his creative gestures, observing the constitutive aspects of the performance, especially the gestures of the body and the role of the voice, one that all of Patativa's work is anchored in orality. The poet is voice. The voice as a “symbolic place that cannot be defined in any other way than by a relationship, a distance, an articulation between the subject and the object, between the object and the other” (ZUMTHOR, 2007, p. 83). Patativa would be “the echo of a very lively poetic time since late antiquity” (ZUMTHOR, 1993, p. 73). The poet would place himself in the same perspective as “many creators, artists and writers (who) project new lights into the mixtures of the world that the social sciences do not always provide” (GRUZINSKI, 2001, p. 41). The analytical-interpretative method takes into account the indications of the poems themselves, the fittings and mediations contained in them (PINHEIRO, 2013).
||Tendo como objeto formal a poesia de Patativa do Assaré, considera-se neste artigo a famosa premissa de Harry Pross (1971): “Toda comunicação começa no corpo e nele termina”. A frase como ponto de partida e de chegada da abordagem. O corpo como fonte e origem da comunicação. O corpo como meio ou tentáculo, capaz de criar vínculos. O corpo ainda como catalizador de ambientes comunicacionais, pelo simples fato de estar presente. O objetivo principal do artigo é compor o perfil do poeta, evidenciar seus gestos criativos, observando os aspectos constitutivos da performance, especialmente a gestualidade do corpo e o papel da voz, uma que toda a obra de Patativa está ancorada na oralidade. O poeta é voz. A voz como “lugar simbólico que não pode ser definido de outra forma que por uma relação, uma distância, uma articulação entre o sujeito e o objeto, entre o objeto e o outro” (ZUMTHOR, 2007, p. 83). Patativa seria “o eco de um tempo poético muito vivo desde a baixa Antiguidade” (ZUMTHOR, 1993, p. 73). O poeta se localizaria na mesma perspectiva de “muitos criadores, artistas e escritores (que) projetam nas misturas do mundo novas luzes que nem sempre as ciências sociais fornecem” (GRUZINSKI, 2001, p. 41). O método analítico-interpretativo leva em conta as indicações dos próprios poemas, dos encaixes e das mediações contidas neles (PINHEIRO, 2013).
