Descrição
Esse ensaio apresenta a ideia de ponto de ruptura, corte, como princípio composicional na construção daquilo que denominamos a continuidade musical. Como imagem toma aquela de Kairos, que junto a Chronos e Aion constituem três imagens distintas de tempo articulando o tempo medido (Chronos) e o tempo não medido da eternidade (Aion) e do instante do corte (Kairos). Propõe a partir desta leitura a noção de que elementos sonoros se conectam não apenas pelos traços de similaridade e analogia, dados pela recursividade, mas também pela força de diferenciação entre eventos. As bases para esta proposição estão tanto na filosofia (Gilles Deleuze, Gilbert Simondon, Luiz Benedicto Orlandi) quanto nas artes (Paul Klee, Claude Debussy, G. Ligeti, Iannis Xenakis).