Descrição
In this article, of a musicology nature, we’ll make a comparative analysis using two interpretations of the music Rosa Morena: the first one by his own composer, Dorival Caymmi (1914-2008), and the other one by João Gilberto (1931- ). From the use of the concept of Field, defined by Bordieu (1996;2013), we’ll approach the scenery in which the album “Chega de Saudade” is released.Our premise is that Gilberto, when using the song “Rosa Morena” as a base for his specific artistic procedures, establishes a misreading of the Caymmi’s work. Identified as a deforming action, the misreading would be a tool of a tactical nature, acting inside an environment of intense conflicts and responsible for capitalize symbolic assets for Bossa Nova, however, such an economy will happen in a double way: in the same time the specificities of the new style becomes stronger, the misreading makes it weaker, due to the conection stablished by the popular music tradition that Caymmi represents.||Nesse artigo, de caráter musicológico, faremos uma análise comparativa utilizando duas interpretações da música Rosa Morena: uma do seu próprio autor Dorival Caymmi (1914-2008) e outra de João Gilberto (1931-). A partir da utilização do conceito de Campo, definido por Bourdieu (1996; 2013), iremos abordar o cenário em que o disco Chega de Saudade é lançado. Nossa premissa será que Gilberto, ao utilizar a composição Rosa Morena como base para seus procedimentos artísticos específicos, acaba estabelecendo uma desleitura da obra de Caymmi. Identificada como uma ação deformadora, a desleitura seria uma ferramenta de caráter tático, agindo dentro um ambiente de intensos conflitos e responsável por capitalizar bens simbólicos para a Bossa Nova, porém, tal economia acontecerá em uma via dupla: ao mesmo tempo em que se fortalecem as especificidades do novo estilo, a desleitura o enfraquece, devido à conexão que se estabelece com a tradição da música popular que Caymmi representa.